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Parece uma ideia tirada das mais crueis
piadas de humor negro, mas é real. Emma Whitehead, uma garota americana
de apenas 7 anos conseguiu se curar de sua leucemia com um tratamento
que utiliza o HIV, o vírus da Aids.
Trata-se de um novo
tratamento, testado em pouquíssimas pessoas até o momento. Os médicos
utilizam uma forma desabilitada do vírus para reprogramar geneticamente
as células T, responsáveis pela imunidade do organismo, para destruir
células cancerígenas.
O
New York Times
explica o motivo pelo qual os cientistas decidiram usar o vírus HIV
para o tratamento. O jornal cita que ele é muito eficiente em implantar
material genético nas células T.
"Nossa meta é alcançar a cura,
mas não podemos utilizar esta palavra", conta o pesquisador Carl June,
que lidera o grupo de pesquisas da Universidade da Pensilvania, que
desenvolveu o tratamento. Eles sonham com o dia em que este recurso
possa substituir o transplante de medula óssea e também outros
tratamentos mais caros e arriscados para combater a leucemia.
Os
resultados ainda são bastante confusos e diversos. Segundo o periódico,
três adultos também entraram em completa remissão, sem sinais da doença;
dois deles há mais de dois anos. Quatro entraram em remissão parcial e
uma criança entrou em remissão, mas teve uma recaída. Em dois adultos, o
tratamento não funcionou.
As células são retiradas do corpo do
paciente, expostas ao HIV alterado, reprogramas e reinseridas no
paciente. As novas células alteradas são, então, atacam diretamente as
células B, que são parte integrante do sistema imunológico que se tornam
malignas em casos de leucemia.
O jornal diz que o processo quase
matou a jovem Emma, mas após um período de sete meses, ela entrou em
remissão completa da leucemia.
Inclusive, este é um dos problemas
apontados para este tratamento. As células reprogramadas não atacam
apenas as células B malignas, mas todas as células B. Com isso, o
sistema imunológico fica enfraquecido, obrigando o paciente a se tratar
para evitar infecções. Também ainda não está claro para os pesquisadores
se os pacientes precisarão utilizar o tratamento para sempre.